Construída sob os pilares e o suor de todos,
desde homens, mulheres e até crianças,
a civilização é o traço característico de nossa espécie,
outrora perdida
nas garras da natureza tirânica que amamenta,
e hoje imersa na cultura,
onde se sustentam o direito e a arte,
infelizmente, em processo contínuo de desaparecimento.
Mas o que conseguimos até aqui?
Transformamos o que a natureza oferece em tecnologia altamente sofisticada
e atenta
às suas leis
e às nossas possíveis formas de intervenção no meio,
tornando-o propício
a produções em larga escala e em pouco tempo,
concretizadas com um dispêndio cada vez menor de recursos.
Se, na natureza, prevalece a espécie e sua preservação a todo custo, sacrificando cada ser vivo em particular,
na cultura, prevalece os indivíduos e as necessidades de cada um, que podem ser atendidas de diversas formas.
O preço de nossa vitória
é, portanto, história.
Mas os inimigos da civilização querem distorcê-la
e reduzi-la meramente a uma luta de todos contra todos,
de vítimas e culpados,
perdão,
arrependimento
e consequente humilhação.
Nossos detratores sofrem de contradições
nunca resolvidas:
propõem o descrédito total à humanidade,
ao mesmo tempo em que, confiando um monopólio a alguns poucos indivíduos de nossa espécie que consideram especiais por algum motivo,
esperam a sua reconstrução.
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