Por pura imaturidade,
resolvi desistir do meu país
ainda na flor da idade.
Simplesmente não gostava
da História do Brasil:
certamente, um país gigante, com seu extenso aglomerado de rios,
mas, ao meu ver, vazio,
vazio de esperança.
O lugar que, para frente, quase nunca andou.
Onde a instabilidade jurídica sempre reinou,
fazendo desta nação
um depósito de projetos conflitantes,
autoritários,
que sempre acabavam engavetados.
“A História de uma nação fracassada!”,
logo pensei,
antes de ir, a fundo, estudá-la
e descobrir um mundo que, para mim, até então era desconhecido.
Neste país perdido, passei a ver esperanças.
Não pela bonança,
mas pelo dinamismo que caracteriza a História,
sempre sujeita a mudanças.
A verdade é que o Brasil
e sua extensa biografia
ainda está sendo escrita.
E, assim como os personagens
eternizados pela nossa historiografia,
somos todos agentes,
trabalhando pelas continuidades
ou pelas rupturas,
prestes a mudar este clima
de aparente estabilidade.
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